PATRÕES DESRESPEITAM
TRABALHADORES E “OFERECEM” ZERO DE AUMENTO SALARIAL
Empresários querem esperar até
maio de 2013 para reiniciar negociação salarial do setor
Rui Amaro Gil Marques
Da Secretaria de Comunicação da FTIA PR
Se não fosse verdade pareceria uma piada. Piada
daqueles de muito mau gosto por sinal. Na primeira rodada de negociação
salarial realizada dia 08 de novembro na DRT de Curitiba, local escolhido pelos
patrões, eles já demonstraram como vai ser enrolada esta nossa Campanha
Salarial dos trabalhadores e das Trabalhadoras das Avícolas.
Devemos ressaltar que nem apareceram para este
inicio de discussão. Talvez com receio de ter que enfrentar a revolta dos
dirigentes sindicais presentes com essa tamanha falta de respeito, enviaram
seus advogados munidos de argumentos frágeis e de inverdades, numa tentativa de
enganar o representante da DRT que mediou a reunião.
Os representantes dos trabalhadores presentes a
reunião ficaram indignados com a proposta patronal posta na mesa pelos
advogados das empresas: ZERO DE AUMENTO
DE SALÁRIO ATÉ MAIO DE 2013. Mais uma
vez, na maior cara de pau, os patrões demonstram o quanto respeitam e valorizam
os trabalhadores que lhes carregam nas costas todos os dias para que os seus
lucros cresçam apesar de todas as crises que o setor já enfrentou.
Para piorar o que já estava ruim ainda tiveram a
coragem de afirmar que a discussão da Norma Regulatória dos Frigoríficos e
Avícolas, a NR dos Frigoríficos como é conhecida, elaborada numa comissão
tripartite com representantes dos trabalhadores, empresários e do governo para
proteger a saúde dos trabalhadores, irá prejudicar as empresas. Ou seja, para
eles a saúde dos seus funcionários que se dane, mais importante é o lucro nem
que para isso adoeçam, sofram acidentes e fiquem mutilados e incapacitados para
o trabalho ou até mesmo morram milhares de pais e mães de famílias. Esta é a
verdadeira face do setor avícola brasileiro, a face da ganancia desmedida, do
desrespeito para com o ser humano e da hipocrisia pura e criminosa.
O presidente do Sindicato dos Empregados nas
Indústrias de Alimentação de Umuarama e região (SEIA), Adenilson do Amaral,
popularmente conhecido pelos trabalhadores pelo apelido de Zinho, afirmou
durante a reunião que “quando as empresas vão bem os patrões não dividem os
seus lucros com os funcionários, mas quando aparece uma crise logo vem com essa
conversa fiada de não dar aumentos salariais e cortar benefícios para aumentar
ainda mais os seus lucros gerados pelo suor dos trabalhadores. Isto nós não
vamos aceitar, se for necessário vamos para as fábricas, vamos fazer greve”,
finalizou.
Ficou agendada uma nova reunião na DRT de Curitiba
para o dia 12 de novembro. Já confirmaram presença representantes dos
sindicatos dos trabalhadores do setor dos seguintes municípios e regiões:
Arapongas/Rolândia, Apucarana, Ponta Grossa, Castro/Carambeí, Curitiba, Toledo,
Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Cascavel, Jaguapitã, Porecatu,Marechal
Cândido Rondon, Cianorte, Umuarama e Jacarezinho, além da Federação dos
Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Paraná (FTIA PR). Esperamos que nessa próxima rodada de
negociação os patrões criem coragem e vergonha na cara e compareçam, afinal são
eles os responsáveis pela administração de suas empresas e não os seus advogados
que nada entendem do assunto.